ACOPLAMENTO E COPRESENÇA XAMÂNICA NA VOZ RAPSÓDICA DA PEÇA-POEMA AZIRA’I
DOI:
https://doi.org/10.59418/olhares.v12i1.228Palavras-chave:
Xamanismo. Decolonização. Sujeito rapsódico.Resumo
Este artigo insere o espetáculo Azira’I dentro do circuito sócio-estético-político contemporâneo que põe em xeque os espaços neutralizantes reservado às artes étnicas e periféricas pela cultura oficial, afirmando, por sua vez, a decolonização do Cânone Ocidental e do imaginário. Dentro dessa perspectiva, defende a hipótese de que, por ter como tema central o acerto de contas da pessoa-performer-atriz-personagem com sua mãe xamã, fluxos cosmopolíticos do xamanismo sul-americano invadem e reconfiguram a forma rapsódico-caleidoscópica da escrita vocal contadora de histórias memorialística. Escrita vocal essa que se estrutura no livre trânsito expressivo entre as culturas ocidentais e extra-ocidentais.
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