WALKSHOP PARIS

NOTAS SOBRE UM PROCESSO DE CRIAÇÃO COM A CIDADE

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.59418/olhares.v12i1.252

Résumé

O artigo apresenta a noção de walkshop, uma prática artística e pedagógica pautada no caminhar e no encontro com a paisagem. Performers e participantes vivenciam uma experiência que agencia outras formas de relação com a cidade enquanto percorrem, contemplam e descobrem seus espaços, reconhecem seus habitantes e suas singularidades. Quando prestamos atenção ao caminho e ao ato de caminhar, o foco do deslocamento deixa de ser o ponto para o qual nos direcionamos e passa a ser a própria jornada. Deslocar-se de forma não funcional transforma o caminhar em ação artística, estética e política. Tomamos como ponto de partida para esta reflexão, o Walkshop Paris, realizado na capital francesa em junho de 2022, durante a Conferência Teatro e Cidade. 

Bibliographies de l'auteur

Francis Wilker, Universidade Federal do Ceará

Artista da cena, diretor, pesquisador e curador. Professor efetivo do curso de licenciatura em Teatro do Instituto de Cultura e Arte da Universidade Federal do Ceará. Participa do Programa de Pós-Graduação em Artes do ICA-UFC e do Mestrado Profissional em Artes do Instituto Federal do Ceará. Doutor e Mestre em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Entre 2023 e 2025 atuou  como assessor especial da presidência da Fundação Nacional de Artes (FUNARTE) vinculada ao Ministério da Cultura. Integra o Teatro do Concreto desde 2006. Como curador, colaborou com os seguintes festivais: Festival Internacional de Teatro de Brasília - Cena Contemporânea (DF); Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia -FIAC-BA (BA), Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga (CE) e a MITbr Plataforma de Internacionalização das artes cênicas brasileiras que integra a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp). É autor do livro Encenação no Espaço Urbano (Editora Horizonte, 2018). Configura seu campo de interesse temas como encenação contemporânea, pedagogia do teatro, as relações entre arte, paisagem e espaço urbano, processos criativos e performance. 

Verônica Veloso, Universidade de São Paulo

Professora e pesquisadora do Departamento de Artes Cênicas da Universidade de São Paulo (USP) e do Programa de Pós-graduação na linha de pesquisa em Artes Cênicas e Educação. Atualmente realiza pesquisa de pós-doutorado na Université Paris X – Nanterre, com supervisão de Christophe Triau. É Doutora e Mestre em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da USP, tendo realizado estágio doutoral na Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3, tendo Josette Féral como tutora. Integra o Coletivo Teatro Dodecafônico, com quem atua como encenadora e performer, desde 2008 (htttps://coletivoteatrododecafonico.com). Com esse mesmo coletivo, criou encenações teatrais em espaços não convencionais, intervenções urbanas, audiotours e performances duracionais no formato de travessias de longos territórios. Artística e academicamente investiga a interface entre as linguagens e o caminhar como prática estética e política. É autora do livro “Percorrer a cidade a pé: ações teatrais e performativas no contexto urbano” (Ed. Appris 2021). 

Glauber Coradesqui, Instituto Federal Fluminense

Pesquisador e artista da cena, professor do curso de Licenciatura em Teatro do Instituto Federal Fluminense. Atualmente atua como assessor especial da presidência da Fundação Nacional de Artes (FUNARTE) vinculada ao Ministério da Cultura. Doutor em Arte pela Universidade de Brasília, desenvolve pesquisa sobre mediação, cartografia e a cena brasileira contemporânea. Trabalhou na concepção e na execução do programa educativo de diversas obras e grupos teatrais do Distrito Federal (baSiraH, Teatro do Concreto, Agrupação Teatral A Macaca, S.A.I., Grupo Desvio, Embaraça) e coordenou as ações formativas do Festival do Teatro Brasileiro, em diversos estados do país, e do Movimento Internacional de Dança, em Brasília. Integra o coletivo Aisthesis e assina a dramaturgia da instalação multimídia Monólogos de Gênero, criada pela artista holandesa Diana Blok e já apresentada em Amsterdam , Paramaribo (Suriname), Brasília e Rio de Janeiro. É autor dos livros "Canteiro de obras: notas sobre o teatro candango" (2012), em que analisa peças brasilienses criadas ao longo dos primeiros 50 anos da cidade, e "Experiência e mediação de espetáculos" (2018). 

Références

BENJAMIN, Walter. Rua de mão única. São Paulo: Brasiliense, 1987.

WILKER, Francis. Encenação-paisagem: uma cena que reivindica o mundo a céu aberto. 2020. Tese (Doutorado em Teoria e Prática do Teatro) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano 1: Artes de fazer. 19ª ed. Tradução de Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis: Vozes, 2012.

DIAS, Karina. Entre visão e invisão: paisagem (por uma experiência da paisagem no cotidiano). Brasília: Programa de Pós-Graduação em Arte, Universidade de Brasília, 2010.

LEPECKI, André. Planos de composição. In: GREINER, Christine: SANTO, Cristina Espírito; SOBRAL, Sonia (org.). Criações e Conexões. Cartografia Rumos Itaú Cultural Dança 2009-2010. São Paulo: Itaú Cultural, 2010. pp. 13-20.

PEREC, Georges. Tentativa de esgotamento de um local parisiense. São Paulo: Gustavo Gili, 2016.

RUFINO, L. Pedagogia das encruzilhadas Exu como Educação. Revista Exitus, [S. l.], v. 9, n. 4, p. 262 - 289, 2019. DOI: https://doi.org/10.24065/2237-9460.2019v9n4ID1012

SÜSSEKIND, Flora. O Brasil não é longe daqui: o narrador, a viagem. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

VELOSO, Verônica. Percorrer a cidade a pé: ações teatrais e performativas no contexto urbano. Curitiba: Ed. Appris, 2021.

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Publiée

2025-10-20

Comment citer

Wilker, F., Veloso, V., & Coradesqui, G. (2025). WALKSHOP PARIS: NOTAS SOBRE UM PROCESSO DE CRIAÇÃO COM A CIDADE. Olhares, 12(1), 8–22. https://doi.org/10.59418/olhares.v12i1.252